Câncer de mama e reconstrução

O câncer de mama é o mais comum nas mulheres excluindo os tumores de pele não melanoma. A estimativa do INCA para 2018 foi de 59.700 novos casos no Brasil, sendo que a maior parte dos casos  se concentram na região Sul e Sudeste.

No inicio da década de 90 as reconstruções de mama começaram a ser realizadas com maior frequência e as reconstruções imediatas, ou seja, realizadas no mesmo ato da mastectomia,  viraram uma tendência baseada  em dados de trabalhos científicos, sem prejuízo para o tratamento oncológico.

No início, as reconstruções utilizando retalhos músculo-cutâneos eram mais utilizadas, pois o defeito deixado pela mastectomia era maior, com retirada de toda a mama incluindo pele, glândula , aréola e mamilo. A mama era então reconstruída com retalho músculo-cutâneo do reto abdominal quando era possível, com retalho músculo-cutâneo do grande dorsal e retalhos microcirúrgicos. As próteses geralmente eram utilizadas com os retalhos para dar volume. Para os tumores menores a ressecção da mama era parcial, removendo um quadrante, mas os resultados estéticos eram pobres.

Hoje o tratamento do câncer de mama permite uma preservação maior dos tecidos. Nas cirurgias conservadoras já não se faz necessário grandes ressecções e técnicas de mamoplastia  e lipoenxertia foram incorporadas  (oncoplastia).

Nas mastectomias podemos preservar quando possível toda a pele e complexo aureolo-papilar  retirando apenas a glândula mamária. Nestes casos fazemos a reconstrução com retalhos musculares locais e prótese de silicone.  Em alguns casos implantamos a prótese de silicone logo após a mastectomia, fazendo a simetrização da mama contralateral. Em outros colocamos um expansor tissular abaixo do músculo e em um segundo tempo trocamos o expansor por prótese e fazemos a simetrização da mama contralateral.

Os resultados estéticos das reconstruções mamárias têm melhorado pela incorporação de técnicas de mamoplastia e lipoenxertia  e pelo diagnóstico precoce dos tumores.

Todo esse processo aumentou a auto estima das pacientes, influenciando de maneira positiva o tratamento oncológico.

Rosana Saboia – Cirurgia Plástica / Mastologia – CRM 14973