A mastite consiste no processo inflamatório da mama, que pode ser acompanhado ou não de infecção. Uma vez estabelecida a mastite, será necessário um tratamento com medicamentos antiinflamatórios, antibióticos e eventualmente, nos casos que evoluem com formação de um abscesso (acúmulo localizado de pus dentro da mama), de uma punção ou drenagem cirúrgica do mesmo.
Mas como prevenir-se das mastites?
A grande maioria das mastites são as chamadas mastites lactacionais ou puerperais, que como o nome já sugere, afetam mulheres durante o período gestacional ou de amamentação. Os principais fatores relacionados ao surgimento das mastites lactacionais são a presença de fissuras ou alteração na anatomia dos mamilos, o ingurgitamento mamário e a má higiene das mamas. Podemos atuar nestes fatores para diminuir o risco do surgimento de mastite mantendo uma higiene adequadas das mamas, fazendo massagens nos mamilos já fase pré-natal, tendo cuidado em oferecer o bico do seio de maneira adequada para a “pega” do bebê, dando mamadas frequentes, utilizando compressas mornas nas mamas antes das mamadas para facilitar a descida do leite e mesmo utilizando ordenha manual ou mecânica para esvaziamento adequado das mamas e evitar o ingurgitamento mamário. Enfim, uma boa técnica de aleitamento faz diferença, estando o profissional de saúde a disposição para ajudar desde o período do pré-natal.
O segundo tipo de mastite mais frequente é chamada de mastite periductal (ou abscesso subareolar crônico recidivante, ou mastite crônica recidivante). Acomete geralmente a região da aréola e peri-areolar, apresentando pontos de drenagem de secreção purulenta, apresentando episódios recorrentes de inflamação sempre no mesmo local. Está fortemente relacionada ao tabagismo, obesidade e diabetes mellitus concomitante. Destes fatores, em dois podemos atuar, evitando o tabaco e mantendo uma dieta adequada e atividade física regular. Além do benefício para a mama, também são medidas importantes para promoção de saúde em geral, e diminuição de risco para vários tipos de câncer. Já para a mulher diabética também é importante manter a glicose no sangue sob controle.
Agora, mesmo tendo todos estes cuidados, você pode vir a ter uma mastite. Neste caso é importante procurar seu médico ginecologista ou mesmo um especialista em doenças da mama, o mastologista. Quanto mais cedo fizer o diagnóstico e tratar a mastite, mais fácil e melhor o resultado do tratamento. Além disso, existe um tipo agressivo de câncer de mama chamado de carcinoma inflamatório, que pode algumas vezes se apresentar de maneira muito parecida com a mastite. Um médico experiente saberá fazer o diagnóstico diferencial entre os dois e pedir os exames necessários para esclarecer o caso. Felizmente este tipo de câncer é muito pouco frequente.
Dr. Murilo do Valle Saboia – Mastologia / Oncologia Cirúrgica