O aleitamento materno e seus benefícios

Você sabia que a glândula mamária só atinge a maturidade completa com a gestação e a lactação? A cada vez que a mulher engravida, a cada período que a mulher amamenta, as células das glândulas mamárias vão ficando cada vez mais “maduras” ou diferenciadas, e dessa maneira menos propensas ao desenvolvimento do câncer de mama. Este mecanismo de maturação celular explica o efeito protetor da gravidez e da amamentação sobre o câncer de mama.

Este é um dos benefícios para a mulher que amamenta a ser lembrado nesta data, uma vez que 01 de agosto é o Dia Mundial da Amamentação. Esta data foi criada em 1992 pela Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação – WABA ( https://waba.org.my/) com a finalidade principal de promover o aleitamento materno e estimular a criação de bancos de leite, visando principalmente os benefícios do aleitamento materno para as crianças.

Mas como você já viu, a amamentação também é benéfica para as mulheres. Além do efeito protetor quanto ao câncer de mama, também diminui risco para o câncer de ovário e o diabetes do tipo 2, ajuda na contração uterina no pós-parto e a perder o peso adquirido durante a gestação, sendo também importante para fortalecer o laço afetivo entre mãe e bebê. Agora é bom lembrar que em relação ao câncer, existe uma diminuição de risco. Isto não quer dizer que a mulher que teve várias gestações e amamentou por longos períodos fique livre do câncer de mama ou ovário. Como qualquer outra mulher deve continuar fazendo os exames preventivos, no mínimo anuais.

O recomendado, tanto pela Organização Mundial da Saúde quanto pela UNICEF, é que o aleitamento materno se inicie até uma hora após o parto e se mantenha o aleitamento materno exclusivo pelo período de pelo menos 6 meses. A partir daí deve ser mantido no mínimo até os dois anos de idade, associado a uma dieta complementar sólida nutricionalmente adequada. O leite materno tem anticorpos, minerais e nutrientes que ajudarão o bebê a crescer mais saudável, com menor risco de doenças infecciosas, doenças respiratórias, síndrome de morte súbita infantil, diarréia e alergias. O aleitamento materno parece também trazer benefícios a médio e longo prazo para a criança, com diminuição da obesidade, hipertensão arterial, diabetes tipo 2 e hipercolesterolemia.

Mas e agora com a pandemia de Covid-19, o aleitamento materno não pode trazer risco para o bebê? A resposta é não. Muito pelo contrário, as mães com Covid-19 produzem anticorpos que passam pelo leite e ajudam na proteção do bebê. Além disso não existem evidências que o vírus seja eliminado pelo leite materno. Agora, como em qualquer situação de síndrome gripal, as mães devem ter especial cuidado com a higiene, com lavagens frequentes das mãos com água e sabão, uso de álcool gel e mantendo constante uso de máscara, que deve ser trocada a cada mamada.

Caso você queira informações mais completas sobre aleitamento materno, seus benefícios e situação global, fica a dica dos sites da Aliança Mundial de Ação Pró-Amamentação – WABA (https://waba.org.my/)  e da Organização Mundial da Saúde (https://www.who.int/nutrition/publications/infantfeeding/global-bf-scorecard-2018/en/).

Dr. Murilo do Valle Saboia – Mastologia (RQE 16966) / Cirurgia Oncológica (RQE 5761)